Energia fotovoltaica já é mais barata do que energia hidrelétrica no Brasil
Solis Energia – 18/12/17
O Brasil fechou nesta semana a contratação de novas usinas de energia eólica e de geração solar a preços menores que os de hidrelétricas, que são tradicionalmente o carro-chefe e a mais barata fonte de produção de eletricidade no país.
Os resultados, em leilões de energia na segunda e nesta quarta-feira, foram impulsionados pela disputa entre empresas e por crédito externo, com investidores em busca de alternativas competitivas em substituição ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tradicional fonte de recursos para infraestrutura no país, segundo autoridades.
As licitações registraram fortes deságios ante os preços teto estabelecidos pelo governo e evidenciaram um grande interesse pela construção de empreendimentos, com investimentos previstos de mais de 18 bilhões de reais e que deverão ser entregues entre 2021 e 2023, adicionando cerca de 4,5 gigawatts à matriz elétrica.
O resultado mostra ainda que o governo pode ter uma tarefa mais fácil em redirecionar os investimentos do setor elétrico para fontes renováveis como eólica e solar, em revisão de uma política que antes previa priorização de hidrelétricas.
O presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, disse a jornalistas após o certame que foi possível perceber que diversos empreendedores buscaram novas formas de se financiar, como agências de crédito à exportação de outros países, por exemplo.
“Existem financiamentos que são dados a taxas muito competitivas e com proteção cambial. Esse mercado o Brasil não capturava, e nesse leilão capturou, em praticamente todas tecnologias (de geração), o que leva a uma possibilidade de preços competitivos”, disse.
Barroso destacou que diversos empreendimentos solares, por exemplo, deverão utilizar financiamentos externos e equipamentos importados, sem necessidade de recursos subsidiados do BNDES.
“O BNDES tem seu papel e vai continuar tendo, mas a ‘oxigenação’ das práticas (de financiamento) é muito importante”, reforçou.
Os empreendimentos contratados deverão somar mais de 18 bilhões de reais em investimentos para serem implementados, com a maior parte, ou quase 14 bilhões de reais, associada aos empreendimentos com entrega para 2023.
Os resultados comprovaram expectativas do mercado, de uma licitação mais movimentada para os empreendimentos com maior prazo de conclusão, devido à perspectiva de gradual recuperação da economia brasileira após a recessão enfrentada em 2015 e 2016.
Fonte: exame.abril.com.br