Entidades adotam energia fotovoltaica para economizar na conta de luz em MG

Solis Energia – 12/09/17

O custo cada vez mais alto na energia convencional tem feito consumidores industriais, do comércio, residenciais e até mesmo universidades a procurarem opções mais baratas para o consumo no dia a dia. Mais do que necessidade, a adoção de sistemas de geração de energia alternativos, como o uso de placas solares, é uma tendência que segundo especialistas, deve ganhar cada vez mais adeptos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Minas Gerais é o estado com maior número de ligações em sistema de geração distribuída: 2,4 mil.

“Sim, é uma tendência e até mais do que tendência. Você vê as discussões sobre os processos de privatização. Se for privatizado, a questão do controle do governo vai ficar cada vez mais tênue. Isso significa que as tarifas vão crescer. Se você consegue investir em fotovoltaica, você consegue diminuir essa demanda, você vai produzir sua própria energia. A gente vê que o que acontecia nas comunidades há 60 anos, da geração da própria energia, está voltando”, diz o professor do Departamento de Física e coordenador de energia da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Joaquim Paulo da Silva.

Segundo o professor do Departamento de Física e coordenador de energia da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Joaquim Paulo da Silva, o investimento em um sistema de geração de energia com placas fotovoltaicas garante retorno em pouco tempo.

“Em uma planta que é garantida por 20, 25 anos, 1/5 do tempo você usa para pagar o investimento e os outros 4/5 são benefícios. Isso dentro da garantia. Uma placa de silício pode durar até 40, 50 anos. Cai um pouco na eficiência, mas ela dura isso tudo. O custo está caindo muito e a previsão de queda é cada vez maior”, diz o professor.

A Universidade Federal de Lavras já conta com uma usina solar experimental que está em operação graças a um convênio assinado com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Com 250 placas fotovoltaicas para a geração de energia, a usina tem geração de 12,5 kW de potência, suficiente para abastecer o consumo mensal de um departamento técnico científico da universidade.

A universidade busca agora parceiros para um projeto de implantação de uma usina que tornaria a instituição auto sustentável em energia, o que geraria uma economia de pelo menos R$ 300 mil mensais em contas de luz. Com custo de R$ 30 milhões, o sistema poderia ser pago em apenas 5 anos só com a economia que seria gerada.

“A última conta da universidade foi de R$ 290 mil. No verão, essa conta chega a R$ 350, 400 mil. Se você imagina que uma universidade igual a nossa tem um gasto anual de R$ 6 milhões. Se a gente pode otimizar esse recurso, ao invés de pegar na matriz orçamentária. Que a gente consiga metade, R$ 3 milhões por ano, isso é economia para a universidade. Esse dinheiro pode ser gasto em bolsas para estudantes, no restaurante universitário, na segurança, na compra de combustível, em outras atividades que a Ufla tem”, diz o professor da Ufla.

Em Lavras, uma empresa especializada em operações logísticas que integram ferrovias, portos e terminais, investiu R$ 230 mil na criação de uma usina fotovoltaica. Segundo a empresa, a usina faz parte do “Selo Verde”, programa de sustentabilidade que busca adequar as edificações ao conceito de edificação eficiente. O objetivo é economizar recursos naturais e reduzir a poluição nas instalações da empresa.

De acordo com a equipe responsável pelo projeto, em até 25 anos, a usina evitará a emissão de 102 toneladas de gás carbônico e o corte de 410 árvores. A usina foi inaugurada em Julho e abastece o prédio administrativo, operação e portaria da Oficina de Manutenção de Locomotivas Engenheiro Bhering, em Lavras. Além dos ganhos para o meio ambiente, a previsão é de que a tecnologia gere uma economia de R$ 36 mil /ano.

Em Machado, uma outra empresa trabalha no projeto e instalação de sistemas fotovoltaicos que possam trazer maior economia em grandes comércios ou indústrias. Segundo o diretor de tecnologia da empresa e engenheiro eletricista, Flávio Nogueira, desde que o primeiro sistema foi ativado em maio de 2016, o retorno financeiro já significou 27% do investimento. Através dele, a energia que é gerada durante o dia pelas placas solares é jogada na rede convencional da Cemig e “retorna” durante o consumo. No final, o balanço entre o que foi gerado e o que foi consumido gera créditos que serão abatidos na conta de energia.

Segundo a Cemig, o sistema de geração distribuída brasileiro está em crescimento e já possui 11.380 unidades geradoras, com potência instalada de 130.649 kW, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Minas Gerais é o estado que mais tem produtores – são 2.409 ligações, sendo 2.329 na área de concessão da Cemig, com potência instalada de 26.210 kW.

Fonte: http://g1.globo.com/

Precisa de ajuda? Converse conosco